quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Destaque de Hoje – 27/09/2012 – Dia Mundial do Turismo


Turismo foi maior exportador de serviços do país em 2011

O setor do turismo é o mais representativo em termos de exportações de serviços em Portugal, sendo responsável por 42,5 por cento do total em 2011, com variações homólogas positivas até aos dados mais recentes de julho deste ano.
De acordo com valores do Banco de Portugal, em julho deste ano as exportações de serviços no setor do turismo cresceram 8,3 por cento face ao período homólogo de 2011, depois de um aumento de 4,1 por cento no segundo trimestre e 7,2 nos primeiros três meses do ano.
Por seu lado, no total da economia, um número muito debatido dentro do ramo, segundo dados reunidos pelo Turismo de Portugal a partir do Instituto Nacional de Estatística, o turismo representava 9,2 por cento do Produto Interno Bruto em 2010.
O banco central, no boletim de verão, sublinhou que as exportações do turismo devem verificar uma "evolução favorável" este ano, contrariando a tendência dos serviços em geral em 2012.
Já em termos de importações, o turismo representou 26,1 por cento do total em 2011, tendo verificado uma redução de 3,7 por cento no segundo trimestre deste ano.
Desta forma, "no segundo trimestre de 2012, o saldo da balança turística prestou um contributo de 1.267 milhões de euros no saldo da balança corrente, que assim atingiu um saldo negativo de 1.158,8 milhões de euros", podia ler-se no documento de setembro sobre os resultados do setor do Turismo de Portugal.
"A balança corrente, sem o contributo do setor do turismo, atingiu um saldo negativo de 2.425,8 milhões de euros, no segundo trimestre deste ano, valor que correspondeu a um crescimento, face ao trimestre homólogo de 2011", acrescentavam os autores.
A taxa de cobertura da balança turística foi de 273,9 por cento em 2011, tendo crescido 32,7 pontos percentuais no segundo trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado.
 A secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, afirmou à Lusa que o setor mostrou-se capaz de resistir, ao apresentar resultados positivos num ano que foi dos mais "complexos de sempre para o turismo em Portugal".
"A perspetiva que eu tenho do ano é francamente positiva, isto porque num ano que era extraordinariamente complexo, dos mais complexos de sempre para o turismo em Portugal, o setor mostrou que resiste e que tem resultados muito interessantes", disse Cecília Meireles.
As linhas gerais da revisão do Plano Estratégico Nacional do Turismo vão ser hoje apresentadas em Lisboa, data em que se comemora o Dia Mundial do Turismo.
Apesar dos resultados favoráveis, obtidos à base dos turistas estrangeiros, Cecília Meireles recordou que "a parte mais difícil deste ano tem a ver com o mercado interno", para o qual acredita que vão surgir soluções.
"Mesmo perante uma conjuntura que tinha muitos desafios o setor resistiu, persistiu e mais do que outra coisa mostrou que é um bom embaixador de Portugal, porque muitas vezes esquecemos que o turismo tem um grande papel em termos de imagem de Portugal", declarou a secretária de Estado do Turismo.
Ainda assim, Cecília Meireles lembrou que o país tem "problemas graves para atravessar" dentro do setor, dos quais se destaca a sazonalidade, em particular na Madeira e no Algarve.
Os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística revelaram que a hotelaria registou 5,1 milhões de dormidas no mês de julho, um crescimento de 1,4 por cento face ao mesmo mês de 2011, com um aumento de receitas na ordem de 1,5 por cento.
Nos dados acumulados, entre janeiro e julho deste ano os proveitos totais caíram 2,5 por cento em relação aos primeiros sete meses de 2011, com um número mais positivo a surgir da parte dos visitantes estrangeiros, que registaram um aumento de 3,9 por cento.
*Este artigo foi escrito ao  abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa*

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Destaque de Hoje - 25-09-2012


Graciosa e Corvo atraem turistas por serem Reservas da Biosfera

A Graciosa e o Corvo, as duas mais pequenas ilhas dos Açores, são consideradas há cinco anos Reserva da Biosfera, uma classificação atribuída pela UNESCO que visa a conservação de paisagens e espécies, num contexto de desenvolvimento ecologicamente sustentável.

As duas pequenas ilhas possuem uma enorme riqueza de flora terrestre, num património único que se estende aos invertebrados, aos moluscos terrestres e, especialmente, à avifauna, sendo locais de nidificação de espécies raras e zonas de paragem e alimentação de aves migratórias nas viagens entre os continentes americano e europeu.

As características únicas da Graciosa e do Corvo têm vindo a ser conhecidas por um número crescente de turistas, registando estas ilhas uma procura maior desde que, em setembro de 2007, foram classificadas como Reserva da Biosfera.

“Uma das coisas que sobressaiu nestes cinco anos, foi o aumento da procura turística, tanto de cidadãos nacionais como de estrangeiros”, afirmou João Bettencourt, diretor regional do Ambiente, em declarações à Lusa, referindo-se aos dados disponíveis de visitas nos centros de interpretação existentes nas duas ilhas.
João Bettencourt frisou que se “nota” também um interesse crescente das pessoas que visitam estas ilhas em conhecer melhor as duas Reservas da Biosfera.

No mesmo sentido, Manuel Avelar, presidente da Câmara de Santa Cruz da Graciosa, afirmou à Lusa que esta classificação não trouxe apenas “notoriedade”, mas também vantagens para a economia local.
“É verdade que não trouxe dinheiro, mas trouxe mais turistas à Graciosa”, frisou o autarca, acrescentando que “foram muitos” os turistas que chegaram à ilha depois da sua classificação pela UNESCO.

Menos otimista, Manuel Rita, presidente da Câmara do Corvo, disse à Lusa que a classificação de Reserva da Biosfera “pouco ou nada trouxe de novo à ilha”.

Talvez por ser a mais pequena e a mais longínqua ilha do arquipélago, com alguns problemas de acessibilidades, o Corvo não terá registado, na perspetiva de Manuel Rita, mais procura turística por causa da classificação da UNESCO.

O diretor regional do Ambiente frisou, no entanto, que as mudanças nas ilhas classificadas não se verificam apenas no setor do turismo.

Para João Bettencourt, há a registar também uma “maior sensibilidade” dos habitantes locais para as temáticas relacionadas com a preservação ambiental e uma maior procura em matéria de “conhecimento”.
Neste aspeto, os dois autarcas estão de acordo que ainda há muito trabalho pela frente.

“É difícil mudar as mentalidades”, frisou Manuel Rita, referindo-se aos hábitos dos habitantes do Corvo em matéria de tratamentos de resíduos numa ilha onde só agora está a ser implementado um sistema de seleção de lixos.

A pensar nesta questão, o Governo Regional decidiu dar prioridade à Graciosa e ao Corvo na construção dos centros de processamento de resíduos, que já estão a funcionar nas duas ilhas.

A classificação da UNESCO, além das alterações nas áreas do turismo e do ambiente, passou também a ser utilizada em artigos e na correspondência de cerca de três dezenas de empresas e instituições locais, na sequência de um diploma aprovado no parlamento açoriano que autoriza a utilização do selo ‘Reserva da Biosfera’.

No arquipélago dos Açores, a ilha da Flores também foi classificada como Reserva da Biosfera, mas só em 2009.

Fonte: Lusa

In: http://www.rtp.pt/acores

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Destaque de hoje 07-09-2012 - Novo PENT divulgado no Dia Mundial do Turismo ‘Revolução’ na promoção externa só em 2014

Novo PENT divulgado no Dia Mundial do Turismo
‘Revolução’ na promoção externa só em 2014

O Dia Mundial do Turismo, 27 de Setembro, é a data que fontes do sector dizem ao PressTUR ser a preferência da Secretaria de Estado do Turismo para a divulgação do novo Plano Estratégico do Turismo Português (PENT), cuja revisão antecipam seja aprofundada dada a ênfase que Cecília Meireles tem posto no apoio à comercialização.

“Não é por acaso que sistematicamente repete ‘vender, vender, vender’. Parece a sua expressão talismã”, disse uma das fontes ouvidas pelo PressTUR. 

Essas fontes observaram que, porém, o que mais está a ‘agitar’ o sector é a reforma da promoção externa, actualmente a cargo das ARPT’s (Agências Regionais de Promoção Turística). 

Uma fonte do Ministério da Economia disse ao PressTUR que para o próximo ano o modelo não se altera, até porque a contratualização está feita até ao fim de 2013, embora estejam ‘na calha’ algumas reformas, como evitar duplicação de gastos, através da contratação centralizada de alguns fornecedores de serviços. 

Mas, dizem as fontes do PressTUR, o que se antecipa ‘é mais uma revolução do que uma reforma’, com a promoção externa a passar “a ter como foco os produtos turísticos”. 

Em alguns meios, em lugar do debate sobre as vantagens e desvantagens desse modelo da promoção, o que está a acontecer é um debate sobre a promoção passar a estar centralizada no Turismo de Portugal ou manter-se da responsabilidade das regiões. 

Os que perfilham esta opção invocam que a não ser assim se perderão os vultosos investimentos que já foram feitos em marcas regionais. Quem aposta na mudança argumenta que a promoção tem que ter muito mais foco no apoio à comercialização e destaca que quando o dinheiro não abunda mais se tem que aplicar o pouco que existe no que é prioritário. 
A questão é que este debate entronca com a polémica em torno do novo modelo das Entidades Regionais de Turismo, que se tornou mais aguda depois de ser conhecida uma alternativa à reforma proposta pela Secretaria de Estado do Turismo que criava um modelo dual, com três entidades — Lisboa, Porto e Algarve — para as quais tudo se mantinha como dantes, enquanto para as outras regiões a promoção passava a ser liderada pelo Turismo de Portugal. 

Algumas fontes dizem que há no entanto associações que integram a Confederação que se opõem a essa visão. 

A questão, dizem as fontes do PressTUR, é que o debate deveria estar centrado em qual o modelo de promoção externa que o turismo português precisa, mas o que se está a debater é quem controla que verbas. 

Da parte do Governo, dizem fontes próximas do Ministério da Economia, há no entanto “firmeza” para seguir para a frente com uma mudança que reputam de essencial para que a promoção externa “ganhe eficiência e escala”, o que não é viável no actual modelo, que inclusivamente também é mais dispendioso em termos de estrutura. 

Essas fontes disseram tambémque os últimos dias têm sido de intenso lobbying designadamente por parte de dirigentes regionais do turismo, sobretudo ligados ao PSD e ao PS, que são os partidos com maior implantação regional e que por essa via são também os que estão à frente das entidades regionais de turismo. 

Apesar dessa ‘agitação’, segundo as fontes do PressTUR a revisão da Lei das Regiões de Turismo vai avançar ainda este mês e espera-se que passe facilmente no Parlamento, tanto mais que já foi retirado um dos ‘escolhos’ que tinha que ver com a disposição que previa apenas a remuneração do cargo de director executivo, pois também os presidentes passam a poder ser remunerados. 

As medidas de redução de pessoal que vão ter que acontecer não são pacíficas, como nunca são, mas na situação que o País está a viver e com o peso que os encargos de estrutura têm nos seus orçamentos (só os encargos com pessoal representam 70% da dotação que têm do Orçamento de Estado), dificilmente poderão ser contestadas.