Dia Mundial do Turismo
Governo volta a apelar ao turismo interno para reduzir défice externo
A aposta no turismo interno como contributo para a redução do défice externo foi reiterada hoje pelo Governo, nas pessoas do ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, e da secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, durante a cerimónia de entrega das medalhas de mérito turístico que ocorre tradicionalmente no Dia Mundial do Turismo.
O apelo foi feito durante os discursos dos dois governantes que se dirigiram muito aos alunos da Escola de Hotelaria de Lisboa, onde decorreu o evento.
Álvaro Santos Pereira sublinhou a importância do turismo e disse que apostar neste sector é "apostar no crescimento de Portugal, tornando-o mais dinâmico, mais exportador, mais desenvolvido e mais competitivo". Mas deixou claro que não bastava a Portugal saber receber e apelou à inovação e empreendedorismo, a ser mais competitivo e profissional como facto diferenciador.
"[Portugal] Não se pode acomodar, tem de continuar a ousar e a fazer mais", porque "uma boa imagem serve para cativar [os turistas] mas só uma boa experiência os fará regressar".
No discurso o ministro referiu ainda que conta com a acção do sector privado e apelou ao trabalho em conjunto em vez do "espírito de quintinhas".
Álvaro Santos Pereira lembrou ainda a aposta do governo no Turismo Residencial para atrair estrangeiros como forma também de dinamizar o sector imobiliário e voltou a referir a necessidade de reestruturar as entidades regionais de turismo.
Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal aproveitou a cerimónia de entrega das medalhas de mérito turístico para sublinhar o sucesso das Escolas de Turismo que este ano lectivo quase que duplicaram o número de inscrições para 3.269, em que 80% dos alunos que terminaram a sua formação profissional estarem empregados ou a prosseguir estudos e 60% encontraram emprego em menos de um mês.
No seu discurso o presidente do TP aproveitou a presença ministerial para lembrar o problema da capacidade de investimento do sector e deixou clara a necessidade de acesso ao crédito bancário, sem perder de vista as actuais limitações que a crise orçamental traz à capacidade de ajuda.
Luís Patrão sublinhou então três aspectos que entende como relevantes, designadamente a importância de as verbas do QREN que tenham como destinatárias as empresas turísticas darem a devida relevância aos prazos mais alargados de recuperação de investimento que essas empresas precisam; a utilidade que haveria em ter concursos a sistemas de incentivos com dotação e elegibilidade próprias para o Turismo, ao abrigo das regras do Pólo de Competitividade e Tecnologia Turismo 2015 e em terceiro lugar, alargar os prazos de reembolso das verbas concedidas ao abrigo de Quadros Comunitários anteriores e que agora colocam às empresas uma pressão de grande limitação de recurso ao sistema bancário.
No fundo o que Luís Patrão quis transmitir é que se ao Estado não cabe resolver os problemas de acesso ao crédito, pode dar-lhes alguma folga suplementar no reembolso das verbas anteriormente concedidas, o que não iria implicar novo dispêndio de recursos públicos por parte do estado, deixando essa ideia para a renegociação das verbas do QREN.
No Dia Mundial do Turismo foram distinguidas 15 personalidades, das quais cinco medalhas foram com o grau ouro e dez com o grau prata.
In: presstur.com